👋 Olá, o meu nome é Jorge. Bem-vindo a mais uma edição da minha newsletter. Tenho como objetivo acelerar a literacia financeira e ajudar a ‘descomplicar’ o conceito de investir, em Portugal. Invisto desde 2018.
Nota prévia. Este é um repost com um twist de um artigo que escrevi há um ano quando apenas tinha 63 subscritores. Hoje somos quase 7 vezes mais. Obrigado!
Achei que valia a pena partilhar novamente com algumas pequenas alterações.
Somos aforradores antes de investidores.
No conjunto do ano 2022, as famílias depositaram a prazo nos bancos portugueses 49.393 milhões de euros, uma subida face aos 43.016 milhões de euros depositados no ano anterior.
Mas no fecho do ano passado, em dezembro, a remuneração média dos novos depósitos a prazo era de 0,35%, a mais baixa do conjunto de países que fazem parte da moeda única.
Agora, a taxa subiu ligeiramente mas ainda está longe dos rendimentos dos mercados de capitais. A título de exemplo, 7% é o consensualizado retorno médio histórico dos índices.
Aliás, o retorno médio anualizado do SP500 desde a sua criação em 1928 até 2022, é de 9,82%.
Na minha opinião. Poupar é bom mas investir é melhor.
Investir > Poupar
Quero partilhar contigo a única dica de finanças pessoais, que realmente merece a tua atenção.
Ganha mais do que aquilo que gastas… e investe o restante.
Mas tu já sabias.
Mas como se diz, o diabo esta nos detalhes. Atenta que eu não disse para poupar o que te sobra (comportamento muito comum na maioria dos portugueses), disse para investires.
Mas já lá vamos. Antes de pensares em investir, há que garantir que o teu balanço financeiro é saudável.
Rendimentos > Despesas
O primeiro passo é criar um Delta (a diferença entre os rendimentos e despesas) positivo na maioria dos meses. Delta esse que mais tarde vai ser investido.
Qual é o teu delta?
Ganhas mais do que gastas? Delta Positivo
Ganhas o mesmo do que gastas? Delta Nulo
Ganhas menos do que gastas? Delta Negativo
Caso estejas na segunda ou terceira situação vais ter de remar contra a maré para que consigas inverter isso.
Sendo que a terceira é mesmo onde não queres estar.
Há duas maneiras de contribuir positivamente para aumentar esta diferença entre rendimentos e despesas, melhorando assim o Delta:
Controlar e reduzir os teus gastos
Aumentar o teu salário e rendimentos
Relativamente à primeira, é importante controlar os gastos e perceber se é possível reduzir em despesas que façam sentido. As vezes não é possível.
Mas para o bem deste exercício - pensa comigo. Precisas mesmo todas essas subscrições da Netflix, HBO, Amazon Prime, Spotify, Duolingo, Sporttv e Eleven sports? O último Iphone sempre que sai um e um carro novo?
Aquele ricalhaço do Shark Tank Americano, Mark Cuban - diz ‘’live like a student’’.
Vive como um estudante. Acho que com isto o que ele quer dizer é que não deves estar sempre a fazer upgrades ao teu estilo de vida.
Um upgrade ao teu estilo de vida significa quer sempre mais. Sem estar contente com as tuas posses materiais.
Se fores resistindo a estes lifestyle upgrades, isso dá-te mais liberdade operacional a nível financeiro.
O senão de cortar e cortar nas despesas é que só o podes fazer até um certo nível antes de começar a sentir privado e frustrado.
Assim que há que reduzir os gastos naquilo que não é importante para ti para que possas gastar mais no que realmente é importante para ti. A título de exemplo, desporto, viajar e ter novas experiências são algumas das minhas prioridades.
É aqui que a maioria do meu delta de Rendimentos > Despesas vai.
É para essas categorias que sou um mãos largas.
Isto é deveras pessoal portanto o que é importante para ti pode não ser para mim e vice-versa. O que não podes dizer é que tudo é importante para ti. Se o fizeres a probabilidade de teres um delta positivo vai ser inferior.
Deixo-vos com uma citação de Mark Mason do livro ‘‘a arte subtil de saber dizer que se f*da’’, que li recentemente.
Toda a gente e todos os anúncios de televisão querem fazer-nos acreditar que a chave para uma boa vida é um emprego melhor, um carro mais robusto, uma namorada mais bonita ou um jacuzzi com piscina insuflável para os miúdos. O mundo diz-nos constantemente que o caminho para uma vida melhor é mais, mais, mais — comprar mais, possuir mais, fazer mais, ter mais sexo, ser mais. Somos constantemente bombardeados com mensagens para nos importarmos com tudo, o tempo todo. Importarmo-nos com uma televisão nova. Importarmo-nos com ter férias melhores do que os nossos colegas. Importarmo-nos com comprar um novo ornamento para o relvado. Importarmo-nos com possuir o tipo apropriado de pau de selfie.
A chave para uma boa vida é estar-se a cagar para mais e importar-se antes com o menos, importar-se apenas com o que é verdadeiro, imediato e importante.
Então quais são as tuas prioridades financeiras, o que é realmente importante para ti?
Quanto ao segundo ponto, infelizmente em Portugal não é novidade que os salários são baixos quando comparados com o resto da Europa, o que faz com que ter um delta positivo, sem preocupação pelas despesas, seja uma missão impossível.
E, o que consequentemente, dificulta o investimento e criação de património.
Daí que a meu ver só através da combinação dos dois metodos, podes para melhorar o teu delta seja ele negativo, nulo ou positivo.
Em suma, é de extrema importância que :
Gastar dinheiro apenas no que é realmente importante para ti e usa o remanescente para investir.
Não poupar mas investir porque de facto o dinheiro parado na tua conta a ordem não rende, não valoriza graças a inflação que tanto se ouve falar hoje em dia.
Manter se investido nos mercados! Assim, e só assim o teu dinheiro vai começar a trabalhar para ti e não o contrário. Com retornos à volta de 7%, nos mercados de capitais vais dobrar o teu dinheiro investido a cada 10 anos. 7% é a media historicamente.
Não podemos (devemos) ser escravos do dinheiro.
Pelo contrário, há que usar o dinheiro ganho com esforço e suor do nosso emprego e dar-lhe um propósito (em vez de estar parado na nossa conta à ordem).
Propósito esse trabalhar para ti.
Como?
Investindo.
E por isso é que: Investir > Poupar
Obrigado por leres. Vamos falando, bons investimentos!
Gostaste do artigo? Partilha com alguém. Demora 3 segundos e estarias a ajudar-me.
Disclaimer
Aqui vais encontrar informação e opiniões do autor, o que não vais encontrar é aconselhamento individual nem recomendações.
Todas as informações, opiniões, racionais, análises e outros conteúdos são partilhados de forma livre e informativa.
Esta newsletter é para os investidores que conseguem tomar as suas decisões de investimento sem aconselhamento. Não sendo analista financeiro o autor não providencia aconselhamento individual nem recomendações de investimentos.
Adicionalmente é importante tomar as próprias decisões e verificares por ti mesmo, de forma independente, os factos e dados apresentados, apesar da informação aqui constatada ser obtida de fontes que acredito serem fidedignas.
Olá Jorge,
Mas não achas que falta o fundo de emergência (que é “poupar”), antes de investir?
Investir sem fundo de emergência é mais arriscado, não?
Já agora, para mim, a melhor opção para o fundo de emergência são os certificados de aforro, concordas?
Obrigado pelo artigo!
É realmente importante ajudar os portugueses a investirem. Já falei com algumas pessoas com milhares de euros na conta a ordem, e com zero investimentos. Nem PPRs anuais para obter benefícios no IRS, nem um certificado de aforro. Se o fundo de emergência já está completo, é pensar no próximo projeto (posso querer comprar um carro ou ir de viagem e posso começar a poupar uma percentagem todos os meses) e o restante deve-se investir. Longe da vista, não o gasto.